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No primeiro e segundo semestre de 2014, o Museu de Arte de Santa Catarina (Masc) se tornou sala de aula para os alunos da disciplina Teoria e História da Arte V, do curso de Artes Visuais da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc).
 
As aulas foram realizadas no espaço a cada 15 dias, graças a uma parceria entre a Fundação Catarinense de Cultura (FCC), administradora do Museu, e o Centro de Artes (Ceart) da Udesc. 
 
Coordenadas pelas professoras Rosângela Miranda Cherem e Lygia Helena Roussenq Neves, esta também administradora do Masc, as aulas ocorreram no período noturno, das 18h às 21h, sempre na presença da coordenadora e equipe do museu. O resultado final foi a produção de textos discentes - com foco no acervo permanente do Masc - destinados a uma publicação organizada pelas coordenadoras da proposta. Durante as aulas, os estudantes pesquisaram sobre o acervo institucional do Museu, incluindo os registros e material bibliográfico disponível.
 
 

Sobre o acervo iconográfico do MASC, exercícios de leitura

Rosângela Miranda Cherem

 

APRESENTAÇÃO

Os textos que compõem esta seleção constituem-se em trabalhos de graduandos do Curso de Artes Visuais–CEART/UDESC que cursaram as disciplinas Teoria e História da Arte V no primeiro semestre de 2014 e Teoria e História da Arte IV no segundo semestre do mesmo ano. Trata-se de jovens em formação artística que olham e tentam pensar artistas reconhecidos em diferentes momentos de sua produção e que fazem parte do acervo permanente do MASC. Foram produzidos como exercícios de leitura para que o repertório das vanguardas artísticas ganhasse um pouco mais de amplitude e pudesse ser compreendido como criação de problemáticas relacionadas à poética e à fatura, a qual continua reverberando até a atualidade e em diferentes lugares. Abaixo segue  o plano de ensino  das referidas disciplinas, a partir do qual o repertório inicial foi considerado.

 

TEORIA E HISTÓRIA DA ARTE V–2014-I

1. Ementa: O nascimento das vanguardas e a arte em tempos de entre-guerras. O panorama brasileiro: da abertura dos ismos na 2ª metade do século XIX (com o impressionismo) até as gramáticas pictóricas, movimentos e escolas em tempos de Guerra-fria. Articulações entre textos e questões do período com a contemporaneidade.

2. Objetivo Geral: Compreender a formação de um regime de verdades e um repertório imagético em relação ao alto modernismo e a arte moderna no Brasil, priorizando a atuação das vanguardas no período de entre-guerras.

3. Objetivos Específicos: Formar um repertório com/sobre obras de artistas deste período, devidamente identificadas em sua singularidade (título da obra, autor, data, dimensão material, de onde veio, onde se encontra, observações complementares) e também em seu agrupamento (efeitos de cintilação e sentidos conforme a composição serial); Identificar diferenças e semelhanças das principais sensibilidades e percepções artísticas sobre isto que se conhece como modernismo brasileiro; Abordar as imagens artísticas como fruto de uma combinação entre persistências e alterações, sobrevivências e metamorfoses, reverberando na atualidade.

4. Conteúdo:

4.1    Modernismo: alguns sentidos introdutórios

4.2    A semana de 22 como acontecimento (Deleuze: imagem-acontecimento)

A produção do moderno nos anos 20; Circuitos e identificações, memórias e identidades

A proliferações de revistas e manifestos; Experimentações em Flávio de Carvalho

4.3    A marca do passado (Baudrillard: a questão do paroxismo)

A antropofagia: Paulo Prado e Mário de Andrade; Ancestralidades: Vicente Rego Monteiro e Victor Brecheret

O peso colonial: Sérgio Buarque e Gilberto Freire; M. Martins e o erotismo como potência

4.4    A sensibilidade social (J. Rancière: a partilha do sensível)

Os retirantes de Portinari e as vidas secas de Graciliano; O herói sem caráter e a razão da infância

A guerra e a nação em L. Segall; Vizinhanças e afinidades: argentinos, cubanos, chilenos, mexicanos

4.5    As extimidades como questão de espaço-lugar (T.Chiarelli: nacional-internacional/ A. Fabris: moderno-contemporâneo)

Anita e Tarsila, particularidades femininas?; Onírico e decorativo em Guignard e Cícero Dias

O duplo Ismael Neri e em a sombra em Goeldi; As formas fotográficas: Manzon e Verger

4.6    A Geometria sensível como persistência e alteração da forma (H. Foucillon. A vida das formas)

A vida das formas: Torres Garcia e Volpi/-Picasso e o cubismo na América Latina

Concretos e neo-concretos, implicações e desdobramentos/- Os labirintos de H. Oiticica.

 

DISCIPLINA: TEORIA E HISTÓRIA DA ARTE IV- 2014- II

1. Ementa: O nascimento das vanguardas e a arte em tempos de guerra: da abertura dos ismos na 2ª metade do século XIX (com o  impressionismo) até as gramáticas pictóricas, movimentos e escolas em tempos de Guerra-fria. Relações Oriente/Ocidente, Europa/Américas. Articulações entre textos e questões do período com a contemporaneidade.

2. Objetivos: A disciplina destina-se a: Formar um arsenal conceitual e imagético com as principais sensibilidades e percepções artísticas abrangendo do último quartel do século XIX  até primeira metade do XX; Relacionar às obras do período estudado com o repertório bibliográfico, processando as informações em conhecimento, através de um campo de problemas.

3. Conteúdo:

3.1    O amanhecer das vanguardas ou quando a beleza fugiu do mundo.

Românticos e realistas: de boêmia (Sptizweg) e escândalos (Manet, Courbet)

A soleira do quarto (dos Nabis a E.Schiele) e a janela do mundo (Decadentistas e Pontilhistas)

Na lógica da sensação: o ser maçanesco, a cor dos fauves, a expressão de Southine, a luz do orfismo

Inclinações: o passado que retorna ( Redon, Moreau), o futuro que avança (futuristas)

Na lógica da abstração espacial: a matéria cubista, o espiritual ( Mallevitch, Mondrian e Kandisky).

3.2    Do luto ao processo de elaboração: novas formas, outro mundo.

Rodin e a reprodutibilidade

O primordial: H. Moore, Brancusi, B.Hepword e J.Arp

O caráter indiciário e M. Duchamp.

Das colagens à solda e outros procedimentos (de Picasso a J.Gonzalez)

A utopia construtivista e suas implicações (Tatlin, Rodchenko& cias./ Bauhaus& e seus desdobramentos).

3.3    Do luto ao processo de elaboração: o primitivo, o informe e outras metamorfoses.

Potências do primitivo (de Gauguin a Giacometti/ Caillois, Breton e Bataille/ Dali e Magritte/ M. Oppenheim e H. Belmer)

Cambiâncias: dadaístas e surrealistas

Do expressionismo abstrato à abstração pós-pictórica.

Arte bruta e informalismo

A americanização do modernismo/ crise x outras experimentações.

 

TEXTOS PARA DOWNLOAD

1. Modernismo e primitivismo popular através do olhar poético de Djanira da Motta e Silva, Tarsila do Amaral, Cícero Dias e Alfredo Volpi – Sofia Schramm de Brito

2. O desejo de modernidade – Kátia Adonai de Moura Marques

3. Discussão e aproximação entre o pensamento social modernista e os novos valores incorporados à arte – Kátia Adonai de Moura Marques

4. Notas sobre quatro artistas de um acervo – Manohead

5. Reflexões sobre a arte moderna em alguns trabalhos do MASC – Talita Andrade

6. O redescobrimento da arte no Brasil – Bruno Rodrigues D'Ávila

7. As gravuras mexicanas: um recorte do acervo do MASC – Luana Pavesi Pera

8. Proximidades e distâncias entre Malinverni Filho e Martinho de Haro – Sebastião Gaudêncio Branco de Oliveira

9. Dois modos de experimentar tendências "regionalistas" – Sebastião Gaudêncio Branco de Oliveira

10. O erotismo como potência na obra de Eli Heil – Cristine Bhadram

11. Pensando o acervo do MASC através das obras denominadas “Sem título” – Esther Lorizolla Cordeiro

 

Organização: Rosângela M. Cherem (Lattes)

Editoração e diagramação: Fernanda do Canto (Portfólio)

 

 

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